A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) garante uma linha de financiamento para a reabilitação dos principais circuitos fechados angolanos e infra-estruturas afins sob a égide da Federação Angolana de Desportos Motorizadas (FADM).
A revelação é do presidente de direcção da instituição nacional, Ramiro Barreira. Em declarações ao Jornal de Angola, Ramiro Barreira assegurou que “o financiamento visa dar cobertura ao plano de desenvolvimento apresentado à FIA, aquando da candidatura de filiação de Angola naquela organização internacional”. A entrada de Angola na FIA e na Federação Internacional de Motociclismo (FIM), em Dezembro de 2019, representa uma “lufada de oxigénio” para os amantes do desporto mecanizado. O país passa a beneficiar de apoios financeiros e de formação de quadros.
O dirigente angolano esclareceu que o “autódromo de Luanda representa o principal activo” do automobilismo nacional, mas “a sua utilização a favor da causa desportiva é impossibilitada pela localização numa reserva fundiária, cujos direitos de superfície estão alienados a favor de uma cidadã que pretende erguer projectos do foro económico”.
Ramiro Barreira defende que a materialização do investimento passa pela regularização do circuito Permanente de Belas. Construído na década de 70, o Autódromo de Luanda albergaram provas de automobilismo e de motociclismo que permitiram aos pilotos nacionais elevar os níveis técnicos. Os adeptos e os praticantes viram os portões encerrados e inibidos do livre acesso há algum tempo. Os promotores e a Federação Angolana de Desportos Motorizados estão obrigados a pagar o aluguer das instalações sempre que pretendem promover as competições. Os custos de realização de uma prova tornam-se onerosos com intervenções nas zonas mais críticas do asfalto, entre outros trabalhos paliativos.
Com o contexto económico desfavorável desde 2014, a situação está agravada. O campeonato angolano de velocidades regista a redução drástica de provas. As alternativas têm sido os circuitos citadinos do Lubango, Namibe, Malanje, Benguela e Huambo, considerados os maiores pólos de desenvolvimento desportivo.
A direcção da FADM está em contacto permanente com as estruturas centrais da FIA, apesar da suspensão geral das competições. Ramiro Barreira assegurou que o órgão reitor do automobilismo mundial defende a celeridade na resolução do imbróglio, pois, “a direcção da FIA deixou orientações expressas em função das quais os apoios serão despoletados”.
“É com alguma tristeza que, volvidos alguns anos, nos encontramos num impasse sobre a questão do Autódromo de Luanda, que está em avançado estado de degradação. Foi-nos coarctada a possibilidade de cuidar da manutenção constante. A FIA já garantiu a disponibilidade de todo o apoio possível para a recuperação, mas tal só poderá suceder, quando o problema for ultrapassado. Confiamos nas nossas instituições do Estado e acreditamos que o Ministério da Juventude e Desportos encontrará a solução com a maior brevidade”, augurou Ramiro Barreira.
A FADM aguarda a “luz verde” do Ministério da Juventude e Desportos, entidade que tem em posse o processo sobre a utilização regular do recinto. É intenção da Federação Angolana ter o controlo total do circuito de Belas para o desenvolvimento do desporto nacional e a promoção de competições internacionais, que visem a captação de investimentos.